sequissudoxtequinina - sedotec em pastilhas - versão 13b
sexta-feira, abril 01, 2005
Encruzilhadas (ou 'dá licença, por favor') É curioso como rotinas que se cruzam colocam alguns personagens em nossas vidas. Pessoas que vemos todos os dias sem nunca termos trocado sequer um oi. Eu, que guardo qualquer rosto que já tenha visto e adoro imaginar as histórias de vida de desconhecidos, tenho uma galeria interminável. Como a mulher que contou orgulhosamente que a filha, depois de largar um namoro de 2 anos com um cara que só tinha bicicleta, agora está namorando há 2 meses um rapaz que tem carro importado e que com 20 anos já tem um apartamento 'montadinho' no Leblon. Ou o suposto porteiro que parece não ter amigo nenhum e que fala no máximo 10 palavras por dia. Ou o cotovelo perfeito. Ou ainda o sósia do Marcel que pega ônibus no mesmo ponto e, coincidência das coincidências, 30 quilômetros depois, trabalha no mesmo prédio que eu. Hoje entrou mais uma na minha lista de personagens: a mulher que lê Sidney Sheldon e tem um pingente no cordão que é um chumaço de cabelo encaracolado loiro oxigenado. Personagem bem curioso eu diria. Queria saber se para alguém eu sou o magrelo tatuado e mal-humorado sempre com cara de que dormiu menos do que devia - até porque sempre dormiu menos do que devia - e que se direciona e fica de frente para as portas assim que o metrô sai da estação do Catete.