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terça-feira, agosto 02, 2005 
 
Da série 'as maravilhas de ser carioca'
Uma das maiores vantagens em ser carioca é poder dirigir no Rio de Janeiro junto com os demais cariocas. Principalmente porque sou escroto. E só escrotos dirigem no Rio de Janeiro. Ou seja, me sinto em casa. Pista de velocidade? A da direita é lógico. Placa paulista "NUNCA feche o cruzamento"? Piada, né? Dar preferência pra ônibus e caminhões por causa do tamanho? Vamos ver quem cede primeiro. Cortar somente pela esquerda? Explica isso pro mineiro a 50 km/h na minha frente e que vai ver minha cabeça balançando dentro do meu Corsinha passando por seu vidro direito. Mas não sou daqueles escrotos - até porque não tenho pau pequeno - que ficam piscando farol atrás dos outros pra pedir passagem, buzinando que nem um ensandecido ou cantando pneu pra mostrar que controla perfeitamente a embreagem. Sou dos escrotos sutis. Gritar "filho da puta" com o dedo em riste pra fora do carro? Que nada. Só mandar mentalmente um "maldito seja você e todos os seus", meu xingamento de trânsito favorito e sempre usado nos ápices de cólera. Mas nada faz mais meu dia que avistar um carro ocupando duas pistas, passar por ele no mais perfeito silêncio, tirando um fino minuciosamente calculado (e nunca maior que 8 cm) e comprovar pelo retrovisor que, por estar agora com o carro milimetricamente centralizado em sua pista, o paruara levou um baita susto e vai passar um bom tempo andando só de táxi.