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quarta-feira, agosto 16, 2006 
 
Vai
Se tivesse visto o documentário "O dia em que o Brasil esteve aqui" antes da patética derrota da seleção brasileira na Copa da Alemanha, tenho certeza que me sentiria diferente do que estou me sentindo agora, alguns minutos após assistí-lo. E como me sinto agora? Envergonhado. E nem é aquela vergonha boba de ficar corado não. É vergonha mesmo. Vergonha de perceber como a seleção brasileira, tida como franca favorita ao título, simplesmente não jogou e assistiu passivamente seu fracasso ser construído jogo a jogo. E se estávamos acostumados a vê-los sempre se saírem bem melhores que nós, agora finalmente caiu a ficha que os vimos exatamente como somos. E isso deu vergonha. Muita. Vergonha de ter o Lula como presidente e mais ainda primeiro colocado disparado nas pesquisas porque "sempre houve corrupção mesmo". Vergonha de muitas vezes achar que a solução é largar tudo aqui como está e partir para onde "as coisas funcionam". Vergonha de todo velhinho que fica em pé no Metrô enquanto alguém mantém a cabeça baixa fingindo ler um livro para não se levantar, de todos os papeizinhos que vi serem jogados no chão, todas as latas de refrigerante atiradas pelas janelas dos ônibus e todos os palitos de picolé deixados na areia da praia. Vergonha de prometer há 7 anos que vou fazer trabalho voluntário e achar que, comendo todos os dias em um restaurante de comida orgânica e comprando balas de moleques na rua de quando em quando, estou fazendo minha parte de cidadão por um mundo melhor. Vergonha de quem julga em benefício próprio e de quem faz leis única e exclusivamente para seu proveito, de todo o sistema, de toda a corja que comanda e de todo otário que obedece. Vergonha de todo Duda, Suzane, Dirceu, Roberto Carlos, Rosinha, Coriolano, Nicolau, Ronaldinho, Marcola, Pimenta, de você e, principalmente, de mim. Muita vergonha mesmo.