<BODY> sequissudoxtequinina - sedotec em pastilhas - versão 13b



domingo, setembro 10, 2006 
 
Estroboscópio (e ouvindo ' Flyaway Love ' do Armand van Helden. "Pipoca e guaraná, vem e tira onda e vai dançar". Que saudade das madrugadas em Botafogo...)
Eu sou propenso a paixões-relâmpago. Por isso talvez nunca tenha amado, amado oh-meu-deus-como-eu-te-amo. Porque propenso talvez nem seja a palavra mais adequada. Diria que sou viciado em paixões-relâmpago. Viciado. E lógico que para alguém se apaixonar diversas vezes durante o dia, ficar pensando naquilo durante o trabalho até que horas depois nem se lembre de mais nada, o objeto da paixão tem que estar bem focado. Bem. Daí que sempre cismo com algo em que me apaixonar e esse algo fica me dominando até ser eventualmente substituído por outro - o único que impera sempre soberano e jamais prescreve é paixão não correspondida. Mas já fui de me apaixonar por cabelos. Cacheados, castanhos claros, mas não muito. Médios - também no comprimento. E com brilho de propaganda de xampu. Em outro período fiquei fascinado pelos músculos braquioradiais do antebraço. Como eles se comportavam com o cotovelo a 90 graus e o tantinho que saltavam para virar a página do jornal ou apertar uma mão. E assim foi com sotaque paulista, por quem dormisse do outro lado da cama, tivesse nariz grande, usasse Adidas Star branco de listras pretas, falasse pouco de manhã, também gostasse do Armand van Helden, beijasse segurando a nuca, nuca e por aí vai. Há um tempo algo até então inédito está me dominando: estou me apaixonando por todo mundo com quem trepo. E é uma merda isso. É mesmo como dizem: conforme a idade sobe, o foco enfraquece. Uma merda isso.