Faltam 5 dias para eu realizar o sonho da minha vida Depois de uma noite digna de ser contada para os netos na ceia de Natal (caso você venha a ter netos algum dia e eles se amarrem em cheirar esmalte de unha), uma espécie de parceria do David Lynch com o Almodóvar (como aliás tem sido todas as noites da minha vida ultimamente), visitei meu sobrinho (aka o moleque que vai servir para amenizar minha frustração por não ter um filho) que nasceu na semana passada. Achei muito estranho ver alguém que já fiz chorar por falar perversidades que só crianças são capazes de falar, que chamava de broca simplesmente por ser a palavra que ela mais detestava e com quem já briguei por ter pego mais refrigerante que eu, amamentando um ser vivo. Não que amamentar um ser vivo não seja algo por si só estranho, mas nesse caso foi bem mais. Vi minha irmã ao lado do marido, no apartamento que ela comprou e decorou servindo salgadinhos que ela encomendou e se preocupou em colocar em travessas coloridas e dispostas simetricamente sobre a mesa para o restante da família. Vi que ela cresceu, amadureceu e tudo aconteceu conforme planejado por anos e anos. Que ela seja feliz. E então percebi claramente que estabilidade, maturidade, regras e planos não foram feitos para todas as pessoas. Que eu seja feliz.
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