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quinta-feira, janeiro 25, 2007 
 
Gentileza gera gentileza
A loucura me assusta. Bastante. E a loucura que estou falando não é aquela de "menina, você é louca?" de quando a garota aparece em casa com uma tatuagem fechando o braço ou de "colé mermão, tá maluco?" de quando o cara chega junto na mulher do outro que tinha ido ao banheiro. É loucura mesmo. Da que alguns até estudam sobre. Da que precisa de tratamento e muitas vezes reclusão. E me espanto mais ainda com a quantidade de malucos que vejo pela rua. Maluco com emprego, namorada ou mulher, que cuida dos filhos, vai na manicure e compra pão na sua frente na fila da padaria. Aí sempre penso: ninguém nunca reparou não? Ninguém nunca chegou e falou um "não me leve a mal não, mas você é maluco" não? Ou sou eu que sou maluco e aí acho que os outros é que são loucos? Sim, porque meu maior medo da loucura é exatamente ficar maluco. Bitolar e não voltar. E aí me tornar um desses que andam soltos pelas ruas. Porque se eu enlouquecer, quem é que vai me dizer no trabalho que não estou batendo bem? Quem da minha família vai chegar e internar alguém que trabalha, viaja na ponte e só levou uma multa até hoje? Quem dos amigos vai me chamar para beber um chopp para depois dizer que eu surtei e que preciso de remédios? Ninguém. E com tudo que já fiz com meu cérebro (e com o que pretendo ainda fazer) e com o tanto que ele trabalha para que eu consiga lidar comigo mesmo, não devo estar longe. Ou será que já cheguei e esse relato é justamente a prova disso? Muita doideira.