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quinta-feira, julho 12, 2007 
 
Não é Copa não?
Nunca fui muito fã de esportes. Talvez porque tenha sido durante toda a minha infância o último a ser escolhido para o time de futebol da escola, a sobra que lá ficava em pé para ver a careta feita pelo último capitão a escolher - trauma curado somente há alguns anos, apesar dos calafrios que ainda sinto quando escuto juntas as palavras "esporte coletivo" ou "espírito de equipe". Mas certamente eu não gosto de esporte por considerar esta uma categoria super valorizada. Sejamos práticos. Qual a serventia no mercado de trabalho de alguém que salta 5,95 metros com a ajuda de uma vara? Ou de outro que salta 18 metros depois de dar três pulinhos? Por que alguém que joga uma bola num aro pendurado com uma redinha ganha milhões e eu que consigo pegar o celular dentro da bolsinha da mochila sem tirá-la das costas não recebo nem parabéns, se nossas qualidades são igualmente inúteis para o progresso da humanidade? Por que uma pessoa que arremesa uma bola de ferro ou outra que fica rodopiando numa plataforma de madeira para depois pular no chão tem contrato com a Puma e eu tenho que parcelar meu Adidas em 3 vezes? Realmente não faço idéia. Aí o Rio ganhou o Pan. Poxa, parece que vai ser divertido, gostei - vão despoluir a Baía de Guanabara, espalhar o metrô por toda a cidade que vai ficar mais bonita e tudo. Agora com o orçamento estourado em mais de 10 vezes e nada de despoluição qualquer que seja, metrô ou qualquer meio de transporte eficiente para um metrópole condenada a mais de 15 dias de absoluto caos no trânsito, ou qualquer tipo de benefício extra (talvez eu seja reclamão demais, afinal de contas uma pista de ciclismo construída na Holanda com pinho siberiano pode realmente mudar o rumo dessa cidade), o Pan chegou. E chegou para eu fazer parte forçada dele e após exaustão física e mental depois de mais de 120 horas extras de trabalho em menos de 20 dias para que as pessoas nunca olhem para um telão vazio na cerimônia de abertura e durante todas as competições, posso afirmar com toda a convicção: eu odeio essa caralha de esporte, porra.