<BODY> sequissudoxtequinina - sedotec em pastilhas - versão 13b



quarta-feira, agosto 06, 2008 
 
sedotec morreu, antes ele do que eu
Talvez tenha cansado de escrever. Ou talvez tenha cansado que os outros saibam um pouco (sempre achando que sabem muito) da minha vida. Talvez nada disso. Fato é que eu, sedotec, a mais duradoura personalidade dentre as muitas que dividem esse corpo aqui, fui dominado. Foda, puta que me pariu, caralho e pemba. Eu, sedotec, que me achava o tal, tenho que me contentar com alguns minutos de permissão concedida pelo Júnior, a personalidade que reina no momento (ele faz questão que eu escreva que foi concedida sim, não num momento de descuido nem nada) para escrever algumas linhas e representar fisicamente (talvez por isso ele tenha concedido) o ponto final do meu reinado que durou pelo menos uns 5 anos de palavras e mais palavras nessa bagaça e que eu achava um absurdo acabar com um texto contendo 'vômito' e 'encrencas'. Sim, sim, é meu último suspiro. A pá de cal no sedotec.

Então deixa eu aproveitar meus minutos restantes: descobri, ou melhor, o Júnior descobriu depois de 4 anos trabalhando no mesmo lugar que basta atravessar uma passarela e andar menos de 3 minutos para desopilar a mente olhando uma paisagem que milhões de pessoas pelo mundo sonham ver algum dia e lá está ele todos os dias na hora do almoço de calça jeans sentado na areia. O Júnior nada muito, parece até que está buscando índice para ir para Pequim (e que se foda Pequim porque chinês é raça ruim e legal mesmo é Copa do Mundo). Agora inventou de malhar também só porque está fazendo sucesso. O Júnior já ganhou e já perdeu dinheiro na bolsa. Vai fazer um camiseta pra usar direto inclusive no dia da eleição com a frase 'puta que me pariu, prefeito crente não'. E até concordo, prefeito evangélico deve cair bem em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, sei lá. Curitiba com certeza. O Rio é um lugar puto, neguinho gosta sempre mais da versão 'proibidão', mija em muro, usa bermuda e tira a camisa como ninguém, bebe em pé na rua... deixa assim, vai, pelo amor de deus que não existe. O Júnior começa sábado a fazer aula de tamborim e ano que vem quer beber de graça em todos os blocos de carnaval pelo Rio. Ponto pra ele que, devo admitir, não é de todo mal, afinal já detectei várias interseções entre nós: ele está começando a pensar na oitava tatuagem, passa noites e noites bebendo cerveja até o dia clarear, fode mais e melhor do que eu, sua sinceridade e seu nível de tolerância quase nulo com o próximo chegam a me, eu sedotec, espantar, também quer morrer cedo (pra nós tarde) e é muito mais seco do que eu: não acha ninguém sequer interessante por mais de 3 horas seguidas. Que ele não me escute mas tenho esperança de usar essas brechas e pegar o comando de volta. Se eu perdi a parada, ele perde um dia também.

Bom, já estou sendo cutucuado. Sempre achei que isso aqui nunca ia acabar. Como nada na vida desse cara é definitivo (pensando bem na de ninguém, mas na dele muito menos - te garanto), digamos que, por enquanto, é definitivo: acabou. Como se houvesse um 'por enquanto definitivo', mas que se foda, acho um jeito bem legal de definir: por enquanto acabou. Então, sem lágrimas nos olhos (pelo menos nisso nós concordamos), que digo (se você for carioca vai saber exatamente a entonação para ler as duas últimas palavras) de forma bem tranquila, quase seca para o mundo (enquanto pedaço de terra, e não os seres que a habitam, afinal sou o sedotec e não vou sentir saudades de ninguém): um abraço.